Gray: Anastásia's History

Bom, pra começar eu gostaria de que essa parte em específico do site fosse direcionado a história de pessoas comuns que tiveram suas vidas marcadas por tragédias, histórias reais de todos os cantos do mundo. Muitos de vocês que passaram pela escola e tiveram a matéria história com certeza vão achar um saco eu estar aqui dedicando o meu tempo a esse ramo, mas não e por simples falta do que fazer, eu gosto do assunto e gosto de estudar o passado, talvez seja por que eu me interesse por saber sobre as gerações, sobre fatos antigos, quem vai realmente me entender?

E pra começar a história de hoje eu trago a história de Anastásia Nikolaevna Romanova, isso mesmo, quem nunca viu o filme da Disney de 1997 Anastasia?

Quem foi Anastásia?

(Grã-duquesa da Rússia - Velikaya Knyaginya)

Grã-duquesa da Rússia Anastásia Nikolaevna Romanova (em russo Великая Княжна Анастасия Николаевна Романова, Velikaya Knyaginya Anastásia Nikolaevna Romanova)

Anastásia nasceu no dia 18 de junho de 1901 (de acordo com o calendário antigo 5 de junho) no Palácio de Peterhof em São Petersburgo. Era a segunda filha do Czar Nicolau II da Rússia e da Czarina Alexandra Feodorovna de Hesse, os últimos governantes autocrátas da Rússia Imperial.
Era irmã mais nova das Grã-duquesas Olga Nikolaevna, Tatiana Nikolaevna e Maria Nikolaevna, e irmã mais velha de Alexei Romanov, Czarevich da Rússia.

Rumores de sua possível sobrevivência circularam em toda a Rússia desde a sua morte em 1918. No entanto, em janeiro de 2008, aproximadamente 90 anos depois, cientistas russos anunciaram que restos de um garoto e de uma jovem mulher, encontrados perto de Ekaterimburgo em agosto de 2007, eram provavelmente do czarevich de treze anos e de uma das quatro Grã-duquesas. Cientistas forenses russos, confirmaram em 30 de abril de 2008 que os restos pertenciam ao czarevich Alexei e de sua irmã a Grã-duquesa Maria.

Depois de sua morte em 1918, várias mulheres disseram ser Anastásia, sendo o caso mais famoso de Anna Anderson e Eugênia Smith.O corpo de Anderson foi cremado na ocasião de sua morte, em 1984. O exame de DNA fora feito em 1994 com fragmentos disponíveis de seus tecidos e cabelos e não mostrou qualquer relação com a família ou mesmo com a Grã-duquesa.

Anastásia e sua família, foram canonizados pela Igreja Ortodoxa Russa em 2000 como Portadores da Paz.

Biografia

Infância

Anastásia em 1904

Quando Anastásia nasceu toda a sua família ficou desapontada, pois era a quarta menina a nascer e a tanto esperavam o nascimento de um herdeiro menino. O czar Nicolau II deu um longo passeio para se recompor antes de visitar a czarina Alexandra e a infante menina Anastásia.

De acordo com o seu diário Nicolau contou:

"Exactamente às 6:00h da manhã uma pequena filha -Anastásia- nasceu. Foi tudo bastante rápido e graças a Deus, sem complicações! Por tudo ter começado e acabado enquanto todos ainda dormiam, ambos temos um sentimento de calma e solidão".

Já sua tia, a Grã-duquesa Xenia Alexandrovna resumiu a decepção geral:

"A Alix está estupenda - mas meu Deus! Que desapontament uma quarta filha! Eles chamaram-na de Anastásia. A mamã enviou-me um telegrama sobre isso, e escreveu, "Alix deu à luz uma filha!".

Ela partilhava o nome com a czarina Anastásia da Rússia, uma aristocrata russa do século XVI cujo casamento com o primeiro czar, Ivan o Terrível, deu à família Romanov o direito ao trono. O nome tem vários significados, entre eles "aquela que se liberta das correntes" ou "ela reerguer-se-á". A Grã-duquesa mais nova recebeu este nome porque, para celebrar o seu nascimento, o pai, Nicolau II, libertou um grupo de estudantes presos no Inverno anterior. O seu dia do nome era comemorado a 4 de janeiro (22 de dezembro de acordo com o Calendário antigo).
Ela era ocasionalmente chamada pela versão francesa de seu nome, "Anastasie" ou pelas suas alcunhas Russas "Nastya", "Nastas" ou "Nastenka". Outras alcunhas de família eram "Malenkaya" que significa pequena ou "Shvibzik" o equivalente Russo a diabinho.
A pequena Anastásia era uma criança vivaz e energética; descrita como baixa e com tendência a engordar, com olhos azuis e cabelos castanho-avermelhados. Margaretta Eagar, a governanta das quatro Grã-duquesas disse que a pequena Anastásia tinha um charme que ela nunca tinha visto em nenhuma outra criança. Embora seja frequentemente descrita como dotada e brilhante, nunca esteve interessada nas restrições da sala de aula.

Sobre a beleza de Anastásia, Gleb Botkin, filho do médico da corte Eugene Botkin, que mais tarde morreu com a família em Ekaterimburgo, lembrou:

"Ela era pequena em altura e seus traços eram regulares. O seu nariz era maravilhosamente bonito e sua boca bastante pequena mas sensual. Mas os seus olhos - azuis, luminosos, sempre a faiscar de humor - eram verdadeiramente belos. Foi do seu pai que ela herdou estes olhos. Eu nunca tinha conhecido uma pessoa que lhe foi apresentada pela primeira vez, e que não comentasse sobre a beleza dos olhos dela".

Grã-duquesa Anastásia durante o Inverno de 1910. Cortesia: Beinecke Library.

Anastásia tinha um talendo especial para imitações maldosas daqueles que a rodeavam, que possuía respostas rápidas e apreciava piadas sarcásticas. Teimosa, travessa e impertinente, Anastásia era uma admirável mimica. Com muita comicidade e de forma cortante, a menina imitava exatamente a fala e os trejeitos das pessoas ao seu redor. Diz-se que ela era astuta e observadora, e tinha um apurado sentido de humor. Diferente de suas irmãs, ela não conhecia o significado de tímidez. Seus tutores Sydney Gibbes e Pierre Gilliard e as damas de companhia Lili Dehn e Anna Vyrubova disseram que a pequena Anastásia era viva, travessa e uma talentosa atriz. Ela adorava animais e tinha dois cães chamados respectivamente de Shvibzik e Jimmy.

Gleb Botkin certa vez disse que ela excedeu os limites do que era chamado comportamento aceitável e por várias vezes ficou de castigo, ela era muito esperta em pregar peças nos outros. Era considerada também uma "maria-joão" por quase nunca chorar, sua tia Olga Alexandrovna relatou que certa vez ela estava lhe incomodando tanto em seu quarto que foi obrigada a dar-lhe um bofetão na cara, mas ao invés de responder com choros ela apenas saiu do quarto correndo com a face levemente avermelhada.

A única vez em que Anastásia chorou e ficou realmente preocupada foi numa guerra de bolas de neve onde ela escondeu uma pedra dentro de uma bola de neve e atirou contra a face de uma de suas irmãs mais velhas Tatiana, que com a pancada caiu ao chão. De certa forma essa atitude travessa da menina curou quaisquer que fossem as propensões a ter outras idéias.

Seu tutor Peter Gilliard disse:

"Anastásia era muito travessa e engraçada. Ela tinha um forte senso de humor e os arremessos de seu sarcarsmo quase sempre provocavam marcas sensíveis. Ela era uma criança terrível, embora suas faltas tendessem a ser corrigidas com a idade. Ela era extremamente preguiçosa, todavia com uma preguiça de uma criança dotada. Seu sotaque francês era excelente, e ela representava cenas de comédia com um notável talento. Ela era tão viva, e sua gaiatice tão infecciosa, que vários membros da suíte caiam no modo de chamá-la "raio de Sol", o apelido que foi dado à sua mãe pela Corte Inglesa".

Anastásia e o irmão mais novo, Alexei.

Anastásia e Maria eram tratadas pela alcunha de "Par Pequeno" enquanto suas irmãs mais velhas, Olga e Tatiana eram tratadas pela alcunha de "Par Grande" e todas as vezes em que iam se referir em cartas elas utilizavam a alcunha e todos praticamente sabiam de quem se tratava. Anastásia e Maria dividiam o mesmo quarto ao passo de que Olga e Tatiana também o faziam.

Anastásia e Maria eram mais parecidas com a família por parte da mãe enquanto Olga e Tatiana com a família por parte de pai.

Anastásia era muito ligada ao irmão mais novo Alexei, pois o mesmo era hemofílico. Era notável uma certa habilidade entre os dois quando um parecia ler a mente do outro. Ela sempre estava perto do irmão em suas crises típicas de hemofília.

Anastásia e sua irmã, Maria. 1914.

Desde jovem Anastásia utilizava a sua influência sobre a jovem de boa natureza Maria. Elas tinham um quarto localizado bem acima do quarto de recepção da imperatriz e lá elas ficam em silêncio a espera de que a mesma entrasse acompanhada, quando feito, ambas ligavam o fonógrafo o mais alto que a música podia. Elas pulavam sobre suas camas de armar, no chão, dançavam e gritavam o quanto podiam, tudo para chamar atenção.

Mas engana-se quem acredita que ela tinha uma boa saúde. Não Anastásia, apesar de todas as travessuras, não era dotada de boa saúde. Ela sofria de Hemofília em sua forma mais rara, além de dores musculares que remetiam a massagens, ao qual ela fugia escondendo-se embaixo de sua cama ou dentro do armário.

Personalidade

Grã-duquesa Anastásia em 1912.

Anastásia era diferente de suas comportadas, femininas e educadas irmãs mais velhas, ela as vezes fazia rasteiras nos empregados e pregava peças em seus tutores. Quando crianças, subia em árvores e recusava-se a descer. Por incrível que pareça, o único que conseguia fazê-la descer era seu pai Nicolau II.

Anna Vyrubova referiu-se à Anastásia como "perspicaz e esperta, uma macaca para brincadeiras."

Gleb Botkin recordou-se da simplicidade da pequena menina, na ocasião em que seu pai havia dito a Grã-duquesa de que ela era feita de ouro. Ao que ela respondeu: "De forma alguma, sou feita do mais ordinário cabedal."
Uma prima distante, a Princesa Nina Georgievna recordou que "Anastásia era uma má perdedora a ponto de ser malvada" e trapaceava, protestava e arranhava o seu companheiro em jogos.
Ela também zangava-se por Nina ser mais alta que ela e por ser mais nova.

Mas à medida que foi crescendo, o comportamento travesso de Anastásia diminiui, como observou Pierre Gilliard:

"Ingenuidade e total simplicidade eram as maiores características de Anastásia Nikolaevna. Quando pequena, ela era muito travessa, detectando imediatamente os trejeitos cômicos das pessoas, e em seguida imitando-os muito habilmente, então isso era uma diversão irresistível. Mas quando cresceu, esse hábito bastante irreverente tornou-se menos comum".

A baronesa Shopie Buxhoeveden, escreveu sobre Anastásia:

"Anastásia teria se tornado na mais bonita das irmãs se tivesse vivido mais tempo. As suas feições eram regulares e bem delineadas. Ela tinha um cabelo bonito, olhos bonitos e vivos como se tivessem sempre um sorriso brincalhão escondido nas suas profundidades, e sobrancelhas negras que quase se juntavam. Tudo isto combinado, tornava a Grã-Duquesa mais nova diferente de todas as irmãs. Ela tinha um aspecto próprio e parecia-se mais com a família da mãe do que com a do pai. Ela era muito baixa, mesmo aos 17 anos e era, na altura, um pouco gorda, mas era gordura da adolescência. Ela teria-a ultrapassado como a sua irmã Maria".

Ela gostava de passar o seu tempo livre a ouvir música no seu gira-discos, escrevendo cartas, vendo filmes, tirando fotos (um passatempo de família), brincando às escondias com Alexei e estendida ao sol sem fazer nada. O seu perfume era o Violette de Coty.
Sua tia costumeiramente aos sábados levava todas as quatro meninas até a casa de sua avó em São Petersburgo para frequentarem as festas que haviam por lá, Anastásia amava dançar nessas festas, as mesmas foram interrompidas com a chegada da guerra.

Primeira Guerra Mundial e Revolução

Durante a Primeira Guerra Mundial,Anastásia juntamente com a sua irmã Maria, visitava soldados feridos num hospital privado em Czarskoe Selo. As duas adolescentes, muito novas para serem enfermeiras da Cruz Vermelha, como a sua mãe e as suas irmãs mais velhas, jogavam xadrez e bilhar com os soldados e tentavam animar seus espíritos. Felix Dassel, que foi tratado no hospital e conheceu Anastásia, relembra que a Grã-duquesa "ria como uma alegria que contagiava" e andava graciosamente "parecendo flutuar pelo caminho".
Em Fevereiro de 1917, após a abdicação do Czar Nicolau II, Anastásia e a família foram colocados em prisão domiciliária no Palácio de Alexandre em Czarskoe Selo durante a Revolução Russa. À medida que os Bolcheviques se aproximavam, Alexander Kerensky do Governo Provisório mandou-os para Tobolsk, na Sibéria. Pouco depois dos Bolcheviques se terem apoderado da maioria da Rússia, ela, a família, alguns servos e o médico da família foram enviados para a cidade mineira de Ekaterinburgo, nos Montes Urais.

Cativeiro e Execução

Grã-duquesas Anastásia, Maria, e Tatiana Nikolaevna no cativeiro em Czarskoe Selo em 1917.

A ansiedade e a incerteza do cativeiro trouxeram sofrimento para Anastásia e para a família. "Adeus" ela escreveu a um amigo no inverno de 1917. "Não te esqueças de nós"

Em Tobolsk, ela escreveu uma canção para o seu tutor de Inglês, cheia de erros ortográficos sobre Evelyn Hope, um poema de Robert Browning, que falava sobre uma jovem da idade de Anastásia: "Quando ela morreu tinha apenas 16 anos. Havia um homem que a amava, sem alguma vez a ter visto, mas conhecia-a muito bem. E ela também tinha ouvido falar dele. Ele nunca lhe conseguiu dizer que a amava, e agora ela estava morta. Mas mesmo assim ele pensou que quando ele e ela vivessem [a sua] próxima vida, quando isso acontecesse (.)"

Anastásia e suas irmãs costuraram em seus espartilhos todas as jóias da família na tentativa de evitar que ladrões lhes viessem a roubar. Ela e as irmãs Olga e Tatiana foram assediadas por soldados na tentativa de encontrar algo de valor. Gibbes viveu atormentado com seus gritos pelos corredores do navio que partia para Ekaterimburgo.
Nos últimos meses de vida Anastásia fez de tudo para animar seus pais e familiares presos com ela, organizou teatros com parentes e encenavam com toda a pespicacia da vivaz jovem.

Em certa ocasião ela descreveu um momento de alegria mesmo estando triste pelo doente Alexei:

"Brincamos no baloiço e foi aí que eu me perdi de riso, a queda foi tão maravilhosa! Mesmo! Eu já contei isto às nossas irmãs tantas vezes ontem que elas já estão fartas de me ouvir, mas eu podia continuar a contar a história para sempre. Que clima fantástico temos tido! Qualquer um podia simplesmente gritar de alegria".

Nas suas memórias, um dos guardas da Casa Ipatiev, Alexander Strekotin relembra Anastásia como "muito amigável e divertida" enquanto outro guarda disse que Anastásia era

"um demónio muito charmoso. Ela era travessa e, penso que raramente se cansava. Ela era traquinas e fazia imitações hilariantes com os cães, como se fossem cães de Circo".

Daqui por diante não vale a pena citar como foi o triste fim da família Romanov, no site Wikipédia traz mais detalhes sobre como ela morreu.
Em seguida mais imagens dela e de sua família.